sábado, 11 de julho de 2009

A extrema-erquerda segundo Vasco Pulido Valente

Ainda no Público, Vasco Pulido Valente (VPV), um pensador de direita relativamente lúcido, que aliás escreve melhor do que fala, mostra de novo aquilo que é o seu principal vício de pensamento.

Lúcido, frequentemente, quando olha para a direita e o poder (incluindo o Partido Socrático, vulgo PS - com o governo mais autoritário-demagogico-fascista que o país conheceu desde o 25/Abril), é incapaz de olhar para esquerda fora do esquema tradicional das críticas ao marxismo-leninista de vulgata e incompreensão (de esquerda ou de direita) e, por isso, não consegue percebr o que pretendia explicar: os 20% do PC+BE nas últimas eleições europeias.

Se levasse a sua lucidez ao ponto de perceber, como mostrei noutro post de hoje, o papel nocivo dos partidos políticos "de poder" em geral, desde tempos imemoriais, e, mais especificamente, o seu papel nas mordomias e na corrupção em Portugal, cujos dislates agora aparecem mais facilmente à luz do dia, perceberia que a votação na extrema-esquerda e parte da abstenção são votos de protesto contra os partidos políticos que nos têm governado e que, na ausência de uma democracia participativa, tais votos vão acabar por cair em quem, por ainda não ser poder, não parece ter caído (ou ter tido ainda a oportunidade de cair) nos mesmos crimes.

Mas uma solução de futuro, não passará pelo PC, nem pelo BE, embora possa passar por muitos dos seus votantes e até por alguns dos seus militantes. Mas passará também por muitas pessoas que actualmente votam "útil", no que lhes parece, em cada momento, ser o menor dos males.

Porque uma nova solução exige uma confluência de vontades muito alargada para criar uma democracia participativa, e acabar de vez, com o papel dominante, no nosso sistema de governação, a todos os níveis, das associações de malfeitores que dão pelo nome de "partidos políticos".

O futuro do país será cívico, e não mais político (ou "publítico"), ou ele não terá futuro nenhum.

E espera-se-ia que alguns pensadores lúcidos da direita também percebessem isto.

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