sábado, 11 de julho de 2009

Pacheco Pereira no "Público"

Declaração inicial: Não tenho qualquer simpatia pelo personagem, que me parece presumido e frequentemente tendencioso.

Mas o título do artigo de hoje de José Pacheco Pereira (JPP) no Público chamou-me a atenção.

«Os cronistas do PÚBLICO

sábado, 11 de Julho de 2009

«Os partidos são responsáveis pelos crimes dos seus dirigentes?»

E não posso deixar de concordar com a conclusão dele: sim, são.

Se um clube de futebol pode ser expulso, por os seus dirigentes não pagarem as dívidas do clube, um partido deveria poder ser expulso, por os seus dirigentes ou ex-dirigentes se revelarem corruptos.

JPP faz aliás uma descrição absolutamente arrasadora do que é um "normal percurso político" de um jovem das jotas, desde os pequenos jogos de influência e as pequenas roubalheiras privadas no poder local, até aos lugares que lhe permitem o contacto com os grandes banqueiros e grandes empresário e, portanto, as grandes roubalheiras. É ele que o diz, não eu. [E se não se lembrou de dizer que, frequentemente, essa experiência dos jotas começa nas actuais Associações de Estudantes]

Meigamente, JPP diz que isso acontece porque "os partidos políticos, a começar pelas suas Direcções, pouco fazem para evitar este tipo de carreiras".

Chega mesmo a dizer, e esta frase até se pode encontra no Público online:

"No actual estado de degradação das estruturas partidárias, os partidos são verdadeiras escolas de tráfico de influência "

Mas não leva a sua conclusão onde seria desejável, e até expectável, num historiador:

1. No actual estado de degradação das estruturas partidárias, os partidos são verdadeiras associações de malfeitores, criadas para os seus membros, de alto a a baixo, roubarem os dinheiros públicos e participar em negócios de influência e corrupção com as grandes (e pequenas) empresas para poderem enriquecer de formas ilícita. (Entenda-se: existem para isso; essa é a sua finalidade)

2. Que isso se passa de alto abaixo nos partidos políticos, com poucas e honrosas excepções de alguns/as dirigentes que têm ética.

3. Que isso não é um resultado do desvario dos tempos actuais, mas sempre foi assim em Portugal.

4. que a probreza do país, resulta de que essa prática é endémica nos partidos políticos nacionais, em particular nos "partidos de poder", desde o tempo da monarquia,

5. Que grande parte do atraso no desenvolvimento do país resulta de que há demasiados políticos ladrões (quase todos), que roubam milhões (em bens ou mordomias) para um país pobre e atrasado com uma população pequena e uma produção diminuta de valor.

6. E que, dado que tudo isso começa no poder local, isso também é responsável pela degradação em quase todos os munícípios do país.

7. Que tudo isto só é possível porque a legislação permite fugir aos crimes (nomeadamente por haver prescrição para os crimes de corrupção, quando exercidos em lugares de eleição ou nomeação política) e a lentidão da justiça, e a sua dependência, directa e indirecta, do poder político, permitirem a impunidade.

8. Que enquanto se votar para a AR e os lugares de PM através dos partidos_políticos/associações_de_malfeitores, em vez de se votar em grupos de cidadãos, e se criar uma democracia mais participativa, o problema não tem solução.

Vir Cabral


PS: Mais uma vez, e atestando a completa incompreensão do Jornal Público do que é a Internet, e a inconpreensão de que estão a seguir um modelo de negócio errado e absurdo para a divulgação de conteúdos e a relação com o público, um comprador da edição em papel não pôde aceder ao conteúdo digital do mesmo artigo, que leu em papel. Até quando este absurdo?

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