domingo, 17 de maio de 2009

MP arquiva caso dos projectos de Sócrates

O Público de 1/Maio/2009, trazia, na página 9, uma notícia a informar que o Ministério Público tinha arquivado o caso dos projectos de "Engenharia" assinados por José Sócrates na Guarda, e que poderiam ter sido "assinaturas de favor".

Não vi tal notícia repetida ou glosada nos dias seguintes em nenhuns meios de comunicação social.

O magistrado que decretou a prescrição escreveu (segundo o Público) que "poderia, num plano abstracto, equacionar-se a prática de um crime de falsificação de documentos [por parte de José Socrates] [...] caso se viesse a concluir não serem de sua autoria os projectos em apreço mas sim de outros colegas seus, no exercício de um cruzamento de interesses que se diz ser ainda hoje corrente nesta área da AP". (destaques, meus)

Mas como os factos se deram entre 1980 e 1990 e que "o procediemnto criminal destes crimes prescreve ao fim de 10 anos, o despacho refere - continua o Público - que esse facto impede o "aprofundar das investigações» e obriga ao arquivamento do processo".

Já disse, e repito, que os crimes praticados por figuras que desempenham ou desempenharam cargos públicos e/ou a eles são candidatos não devia prescrever nunca e que, neste tipo de casos, o mecanismos da prescrição, conjugado com a lentidão da justiça, têm, objectivamente, por finalidade beneficiar os infractores.

Mas ainda não é isso que me faz confusão neste caso, mas sim o que um homem que tem afirmado, aliás veementemente, que a sua honra está acima de qualquer suspeita, que quer que todos os processos em que está envolvido sejam esclarecidos até ao fim e com celeridade, e até mete processos intimidatórios aos jornalistas que investigam a questão, não tenha vindo neste caso, exigir, em defesa da sua honra e bom nome, que não fosse considerado o período de prescrição e o caso fosse investigado depressa e até ao fim.


Porque será?

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